COMPARAÇÃO DOS DESFECHOS CLÍNICOS DE PACIENTES EM SUPORTE VENTILATÓRIO INVASIVO POR PERÍODO CURTO E PROLONGADO E CORRELAÇÃO ENTRE FUNCIONALIDADE AO TEMPO DE VENTILAÇÃO MECÂNICA

Autores

  • Angélica Félix RANZANI
  • Marcela Hilário SOUZA
  • Lucas Lima FERREIRA

Resumo

Introdução: Durante a internação em unidades de terapia intensiva (UTI), pode ocorrer degradação funcional, relacionada há múltiplas causas, como a falta de mobilidade, ventilação mecânica (VM) invasiva prolongada, efeitos adversos das medicações e alimentação diferenciada. Objetivo: Comparar os desfechos clínicos dos pacientes que permaneceram em suporte ventilatório invasivo por período curto e prolongado e correlacionar funcionalidade e tempo de VM. Metodologia: Trata-se de um estudo documental retrospectivo, realizado na UTI neurocirúrgica de um hospital escola. As variáveis coletadas dos prontuários clínicos foram: idade, sexo, hipótese diagnóstica que motivou a internação na UTI, tempo de internação e tempo de VM em dias, o desfecho sucesso ou falha da extubação, o nível de funcionalidade e o desfecho da internação, alta ou óbito na UTI. Os prontuários foram divididos em grupo um (GI): pacientes em VM por até três dias e grupo dois (GII): pacientes em VM por mais de três dias. Resultados: Foram analisados 210 prontuários, dos quais, 73% dos pacientes permaneceram menos de três dias em VM. Os pacientes do GI apresentaram idade média de 51,8±15,5 anos e no GII 48,7±16,3 anos (p=0,20). Houve prevalência do sexo masculino, 59% no GI e 68% no GII. O acidente vascular cerebral foi o diagnóstico de admissão mais prevalente no GI (18%) e o tumor cerebral no GII (21%). A hipertensão arterial foi a comorbidade mais prevalente em ambos os grupos, 28% em GI e 25% em GII. Verificou-se que o GII permaneceu tempo significativamente maior (p<0,0001) em VM e internação na UTI, em dias, que o GI e obteve percentual de sucesso no desmame/extubação significativamente menor (p=0,01) que o GI. Não houve correlação significativa entre funcionalidade e tempo de VM em GI (p=0,65) e em GII (p=0,71). Conclusão: Os pacientes em suporte ventilatório invasivo por período prolongado evoluíram com maior permanência em VM, maior tempo de internação na UTI e menor taxa de sucesso no desmame/extubação. O tempo de permanência em suporte ventilatório invasivo não interferiu na funcionalidade desses pacientes.

Downloads

Publicado

2022-01-14