COMPLICAÇÕES CIRÚRGICAS EM UM ANIMAL COM OBSTRUÇÃO URETRAL APÓS URETROSTOMIA PRÉ-PÚBICA – RELATO DE CASO

Resumo

  A uretrostomia consiste em uma técnica cirúrgica que pode ser empregada utilizando quatro técnicas diferentes, dependendo do local acometido, podendo ser pré-escrotal, escrotal, perineal ou pré-púbica. Todavia, na eventualidade de ser necessário empregar esta técnica, é preferível a realização da uretrostomia escrotal em relação as outras técnicas, visto que anatomicamente nesse local a uretra é mais superficial e enredada por menos tecido cavernoso (Fossum, 2014). Entretanto, em casos em que há maior extensão estenótica, danos irreversíveis na uretra peniana ou membranosa, traumatismos, constrição uretral ou uretrostomia perineal mal sucedida utiliza-se outra técnica que viabiliza o acesso obstruído, como a uretrostomia pré-púbica. O presente trabalho possui como objetivo relatar a realização da uretrostomia pré-púbica, tal como as complicações pós-operatórias subsequentes a mesma. Um cão, macho, sem raça definida, com aproximadamente 5 anos, pesando 16 kg, oriundo de um canil municipal foi encaminhado para atendimento veterinário, diante dos sinais apresentados, foram solicitados exames complementares, os quais revelaram obstrução uretral. Desse modo, o paciente foi submetido a técnica de sondagem uretral, não obtendo sucesso, sendo necessária intervenção cirúrgica através da uretrostomia pré-púbica, onde com 6 dias de pós-operatório houve deiscência dos pontos e peritonite ocasionados pelo extravasamento de urina na cavidade abdominal, culminado em necrose da vesícula urinária e pele. Então, de forma que o paciente pudesse manter a qualidade de vida, se fez necessária a realização da penectomia com cistectomia total e ureterostomia cutânea, como derivação urinária a ser instituída para a eliminação urinária.