COVID-19 e a Cavidade Bucal: interações, manifestações clínicas e prevenção

Autores

  • Tiago Fernandes Cardoso
  • Maria Júlia Lima Eugenio Dias
  • Marina Cavalcante Chini
  • Bruna Letícia Buzati Pereira
  • Silvana Regina Perez Orrico

Resumo

A cavidade bucal apresenta receptores da enzima conversora de angiotensina 2 (ACE-2) em diversos sítios, dentre eles glândulas salivares, mucosa de revestimento, gengiva e língua,  onstituindo-se, portanto, em via de entrada e transmissão do SARS-CoV-2. Diversas manifestações podem estar presentes na cavidade bucal em pacientes com COVID-19, sendo citadas a sialadenite aguda e crônica, anosmia, ageusia e lesões ulceradas e/ou vesiculobolhosas na mucosa de revestimento e no palato. A infecção das glândulas salivares pelo SARS-CoV-2 torna essas estruturas um potencial reservatório do vírus para a saliva. A concentração do vírus na saliva, entretanto, pode vir de outras fontes além das glândulas salivares, como pulmões, orofaringe, nasofaringe e bolsa periodontal. Este importante biofluido pode se constituir em interessante meio de detecção do coronavírus, com inúmeras vantagens em relação a outras amostras, sendo material para desenvolvimento de testes “point of care”, que auxiliarão na detecção rápida e precoce da COVID-19. Cirurgiões-Dentistas fazem parte dos profissionais de saúde sujeitos tanto a adquirir quanto transmitir o coronavírus, devido à proximidade com o paciente durante o atendimento e às características dos procedimentos realizados, que podem levar à formação de aerossóis ou disseminação de partículas de saliva e sangue, podendo contaminar diversas superfícies e promover infecção cruzada. Assim, esses profissionais devem empregardiversas medidas, desde desinfecção adequada, uso de barreiras físicas, estritos protocolos de higiene e, até mesmo, a limitação dos procedimentos a serem realizados.

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Publicado

2020-07-20

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