IDENTIFICAÇÃO PRECOCE DA SEPSE EM PACIENTES PÓS-CIRÚRGICOS NA UTI: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA SOBRE BIOMARCADORES E ESCALAS CLÍNICAS
Resumo
A sepse representa uma das principais causas de mortalidade em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), especialmente em pacientes submetidos a procedimentos cirúrgicos de média e alta complexidade. O reconhecimento precoce dessa síndrome inflamatória sistêmica desregulada é essencial para a redução de desfechos desfavoráveis, mas ainda enfrenta barreiras diagnósticas significativas, principalmente no período pós-operatório. Esta revisão bibliográfica teve como objetivo analisar criticamente as evidências disponíveis sobre estratégias de identificação precoce da sepse em pacientes cirúrgicos críticos, com ênfase na utilização de biomarcadores laboratoriais — como procalcitonina, proteína C reativa, interleucina-6 e presepsina — e escalas clínicas validadas, como SOFA, qSOFA e SAPS 3. Foram incluídas publicações indexadas entre 2012 e 2024 nas bases PubMed, SciELO, LILACS, Embase e Cochrane. Os resultados apontam que a integração entre dados laboratoriais, escores clínicos e tecnologias emergentes, como inteligência artificial, pode elevar substancialmente a acurácia diagnóstica, favorecer intervenções precoces e reduzir a mortalidade associada à sepse em UTIs cirúrgicas. A revisão reforça a necessidade de protocolos clínicos bem estruturados, adaptáveis à realidade institucional e sustentados por uma atuação multiprofissional qualificada.